Para além de um repositório!

Sobre Fiocruz Piauí

Criado em 01/01/2014

Teresina - PI - BR

Mais novo escritório técnico da Fundação fora do Rio de Janeiro, a Fiocruz Piauí coroa a longeva trajetória de interação entre os pesquisadores de Manguinhos e a comunidade acadêmica e científica do estado. Em funcionamento desde 2014, o escritório de Teresina amplia o escopo de atividades da Fundação no nordeste.

Nas últimas décadas, a Fiocruz esteve presente no Piauí por meio de parcerias firmadas com universidades, instituições de pesquisa, rede assistencial e gestores do sistema de saúde. Tal interação foi estimulada pela presença de um panorama epidemiológico singular, onde se superpõem doenças negligenciadas reconhecidas há muitas décadas, como a leishmaniose visceral, as parasitoses intestinais e a doença de Chagas, a outras mais recentemente identificadas, como a Aids e a dengue. O estado tem enfrentado problemas ainda mais atuais, como as arboviroses emergentes representadas pela Zika, pela microcefalia e pela chikungunya. Todas coexistem em um cenário desafiador para a pesquisa e para as intervenções de saúde pública, numa região que representa uma transição entre diferentes biomas brasileiros.

Por tudo isso, um dos grandes desafios da Fiocruz Piauí é ajudar no estabelecimento de uma infraestrutura de pesquisa, desenvolvimento e inovação que esteja em sintonia com as características regionais e congregue a massa crítica presente no ambiente acadêmico local. Neste sentido, a implementação de programas de pós-graduação sediados em outras unidades da Fiocruz tem sido estratégica para a ampliação do ambiente de pesquisa no estado.

Os projetos desenvolvidos pela Fiocruz Piauí têm forte inserção no campo das doenças negligenciadas e da pobreza, em seus aspectos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais, estando alinhados ao cenário regional, no qual as doenças infecciosas permanecem com morbidade significativa.

Missão Institucional

Contribuir com a geração do conhecimento científico, formação e aperfeiçoamento de recursos humanos em pesquisa, desenvolvimento e inovação em Saúde para o SUS.

Visão de Futuro

Ser reconhecida como instituição de pesquisa, ensino, tecnologia e inovação nacional e internacional com o objetivo de promover saúde à população do estado do Piauí.

Pesquisa

Os projetos de pesquisa da Fiocruz Piauí abrangem áreas como epidemiologia clínica e em saúde pública, parasitologia, entomologia, clínica de doenças infecciosas e biologia molecular, em uma visão integrativa, transversal e multidisciplinar. Inserem-se frequentemente no contexto da pós-graduação e dos cursos de qualificação profissional, como objetos de trabalhos de conclusão, dissertações e teses.

Atualmente, uma de suas frentes de trabalho diz respeito às chamadas “geo-helmintíases” — como a ancilostomíase, por exemplo —, tipo de doenças intestinais causadas por parasitas, cuja transmissão ocorre por solo, água ou alimentos contaminados. A equipe desenvolve estudos sobre a epidemiologia, a dinâmica de transmissão e os determinantes sociais dessas parasitoses, frequentes em regiões de grande pobreza. Outro foco de pesquisa são os vetores das leishmanioses, um problema de saúde pública marcante no estado.

A Fiocruz Piauí é colaboradora do Centro de Referência de Microcefalias, que realiza estudos clínico-epidemiológicos sobre o tema. O estado foi um dos mais afetados pela epidemia registrada entre 2015 e 2016, e o centro situa-se na Maternidade Dona Evangelina Rosa, a principal do Piauí. A Fundação integrou ainda a Sala de Situação-Ações Emergenciais de Enfrentamento ao Aedes aegypti frente à Epidemia de Microcefalia, que elaborou um plano emergencial de contingência e de prevenção às altas taxas de dengue, chikungunya e Zika, além de intensificar ações de monitoramento e supervisão às atividades de promoção, prevenção e controle vetorial.

O risco de transmissão vetorial da doença de Chagas em regiões endêmicas é outro item na pauta do escritório técnico. Outros agravos de notificação compulsória, como a malária e a coqueluche, acidentes com animais peçonhentos e mortalidade materna têm sido tema de estudos com dados secundários.

Outro destaque é a participação de membros da equipe da Fiocruz Piauí no Comitê Estadual de Mortalidade Materna, Fetal e Neonatal. O colegiado tem como objetivo gerar um diagnóstico sobre o tema e contribuir para a formulação de estratégias que visem reduzir a mortalidade materno-infantil do estado, reconhecida como uma da mais elevadas entre os estados brasileiros.

Ensino

Em parceria com a comunidade acadêmica local, as ações de ensino da Fiocruz Piauí incluem a pós-graduação stricto sensu e cursos de capacitação profissional em saúde.

Os cursos de mestrado são oferecidos por unidades da Fiocruz situadas no Rio de Janeiro, como o Instituto Oswaldo Cruz (IOC) e a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp). Desde 2013, o Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical do IOC mantém uma turma de mestrado anual no Piauí. Até o outubro de 2018 terão sido titulados 32 mestres em Medicina Tropical. A quarta turma do mestrado iniciará no segundo semestre de 2018.

Os demais cursos de mestrado têm caráter intermitente, ou seja, não são oferecidos todos os anos. É o caso do Mestrado Profissional em Doenças Negligenciadas, organizado pela Ensp, que titulou 24 mestres no estado, em 2014.

Em 2017 foi implementado no Piauí o Doutorado em Saúde Pública, resultado de consórcio entre diferentes unidades da Fiocruz, como Ensp, IOC e Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF).

Entre os parceiros da Fiocruz Piauí para a área de ensino e pesquisa estão a Universidade Federal do Piauí, a Universidade Estadual do Piauí, o Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Piauí, o Instituto de Doenças Tropicais Natan Portella, a Secretaria de Estado de Saúde, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi) e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

A Fiocruz Piauí em parceria com o Laboratório de Educação Profissional em Vigilância em Saúde (LAVSA) da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), o Instituto Oswaldo Cruz (IOC), a Fiocruz Brasília, a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), em articulação com as instâncias do poder público estadual e municipais do Piauí e junto às organizações da sociedade civil, inclusive dos movimentos sociais que atuam em projetos no semiárido piauiense está oferecendo o Curso de Educação Profissional e Vigilância Popular em Saúde Ambiental e Manejo das Águas.

O curso é voltado para as populações do campo localizadas no semiárido piauiense e visa contribuir no processo de formação dos trabalhadores da saúde, incluindo os agentes comunitários de saúde e os agentes de controle de endemias/agentes de vigilância em saúde, os educadores das escolas públicas e de agentes sociais vinculados à Articulação do Semiárido Brasileiro para atuação na esfera pública/política em torno da vigilância popular em saúde ambiental, com ênfase no manejo das águas. Esse processo tem em sua base pedagógica os pressupostos teórico-metodológicos e epistemológicos centrados no processo dialógico entre o poder público e movimentos sociais de base territoriais compreendidos como sujeitos de direitos e produtores de conhecimento.

Acesse o site oficial: https://portal.fiocruz.br/fiocruz-piaui